Não extingais o Espírito. Não
desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. ( I te. 5: 19,20,21 -
BIBLIA)
Congresso de
internacional de engenheiros na Austrália. O representante da
Rússia, os engenheiros do Japão, da Bolívia e do Iraque, possuem algumas
divergências. Mas todos sabem que para uma determinada altura, deve ser
utilizada uma quantia mínima de ferro, e uma mistura ideal de cimento para se
fazer um viaduto. Não dá para fazer com menos, a estrutura cairá. Todos
concordam.
Engenheiros
são pessoas admiráveis. São capazes de projetar obras magníficas, como as duas
torres do World Trade Center. Foram eles também que projetaram os dois imensos
aviões que derrubaram as torres. Torres e aviões foram projetados para o
conforto e a segurança das pessoas. Mas, a religião de alguns fanáticos
transformou aviões e torres em tragédia.
Congresso de obstetras no Paquistão. Os americanos, jamaicanos, chineses e os israelenses concordam plenamente que não se deve fazer uma cesariana aos cinco meses, nem esperar quinze meses. Todos concordam que nove meses é uma boa data para terminar uma gestação. No caso, os médicos não criaram lei, apenas, seguem as leis que Deus criou. Não há porque discutir. Médicos do mundo todo concordam nos pontos principais, e quando se descobre um remédio melhor para certa doença, mundialmente tal remédio ou técnica passa a ser utilizada.
Congresso de obstetras no Paquistão. Os americanos, jamaicanos, chineses e os israelenses concordam plenamente que não se deve fazer uma cesariana aos cinco meses, nem esperar quinze meses. Todos concordam que nove meses é uma boa data para terminar uma gestação. No caso, os médicos não criaram lei, apenas, seguem as leis que Deus criou. Não há porque discutir. Médicos do mundo todo concordam nos pontos principais, e quando se descobre um remédio melhor para certa doença, mundialmente tal remédio ou técnica passa a ser utilizada.
Encontro
de físicos. Como em todas as ciências, há discordâncias, que levarão a
novas pesquisas e melhor conhecimento. Os representantes negros de países
muçulmanos não deixam de reconhecer a importância do branco judeu Albert
Einstein. Ninguém discorda de sua afirmação que a matéria pode ser transformada
em energia. Os que porventura duvidavam, foram convidados para ver uma
demonstração prática em Hiroshima, 1945, mas não quiseram ir. Não dá para
discutir com a equação de Einstein.
Físicos são
pessoas muito importantes. Eles não discordam sobre como funcionam as ondas
eletromagnéticas que fazem um celular funcionar. O celular funciona seguindo
leis reconhecidas em todo o mundo. Sem os físicos, viveríamos como na idade
média.
Reunião
dos coveiros. Também não há muito que discutir sobre como enterrar os
defuntos. Congresso de padeiros. A maioria concorda com o uso da farinha de
trigo.
As
profissões e as ciências existem para o benefício da humanidade. Se uma
profissão for extinta, causará grande confusão e sofrimento para as pessoas. Eu
comentava com meu pai, no hospital, estas ideias, e ele tentou encontrar falhas
no raciocínio:
Mas, e os
militares, e as máquinas de guerra?
São
projetadas para nos defender – respondi. – O exército brasileiro não é
considerado uma coisa má. Está ali para defender nossa pátria.
Meu pai não
desistiu:
Mas, e se de
uma hora para outra, como você diz, forem exterminados todos os ladrões? Aí não
criaria nenhum transtorno, muito pelo contrário...
Pensei em
argumentar que ladroagem não é profissão, mas encontrei uma resposta melhor:
Nesse caso, haveria um problema sério em muitos governos, prefeituras e assembleias, com a saída de tanta gente ao mesmo tempo...
Nesse caso, haveria um problema sério em muitos governos, prefeituras e assembleias, com a saída de tanta gente ao mesmo tempo...
As ciências
e as profissões são úteis para a humanidade, visam melhorar a nossa vida. Mesmo
as mais simples. E, em todas elas, há consenso nos pontos principais, e
debatem-se pontos controvertidos de forma a aprimorar o conhecimento. Algumas
profissões são fundamentais para nossa vida. Podemos fazer um teste. Vamos
começar com os engenheiros. Se pegássemos todos os engenheiros, colocássemos em
um saco e jogássemos no rio, o que aconteceria?
No dia
seguinte, ao ir de casa para o trabalho, imaginemos a confusão. Houve um
problema na usina de Itaipu, e como não havia quem entendesse, e como o sistema
é interligado, falta energia no país inteiro. Paralisação de todas as
construções... a longo prazo, voltamos à idade média. Nosso mundo depende dos
engenheiros. E se acabássemos com os coveiros? Imaginem aquele monte de
defuntos empilhados na porta do cemitério. Pensem na possibilidade de sumir com
todos os especialistas em informática. Caos total em bancos, aeroportos,
paralisação da economia...
Agora
façamos o teste com os teólogos. Vamos pegar todos eles, colocar em um
saco e jogar dentro do rio...
No dia
seguinte, ao ir de casa para o trabalho, o que você nota?
Tudo
funciona normalmente. Os motoristas de ônibus trabalham normalmente, os
elevadores funcionam, os jornais circulam, a vida permanece a mesma. Só nas
faculdades de teologia os alunos ficam sem aula, e eles aproveitam a folga para
namorar. Fora isso, nada muda de imediato. No sábado, as igrejas adventistas e
as sinagogas funcionam normalmente. No domingo, as demais religiões cristãs
também funcionam sem anormalidades. O médio e em longo prazo, pouco muda,
também, exceto pela possibilidade de cessar os atentados em Israel, e o governo
de Israel, sem os partidos religiosos radicais, faz concessões e surge a paz no
oriente médio. Mas isto foi apenas um sonho. Os teólogos aí estão escrevendo em
Revistas e viajando pelo Brasil para corrigir as besteiras que os leigos
inventam. Mas vamos imaginar mais um pouco: um congresso internacional de
teólogos. Sobre o que eles discutem? O que eles estudam?
Um dos
teólogos da Índia adora a vaca. Os teólogos muçulmanos creem em Alah e Maomé,
seu profeta, que orientou que exterminassem os cães cristãos. A África manda
vários representantes, cada um adorando um deus diferente. De todo o mundo
chegam os que estudam Zeus, Odin, Júpiter, Tupã, Oxum... Há no Rio de Janeiro
quem adore o pastor Vilson Oliveira, cujo poder sobrepuja em muito a vaca dos
indianos. Está bem, vamos reunir só as grandes religiões. Melhor, nada de
budista ou xintoísta, vamos ficar só com as religiões monoteístas. Cristãos,
Muçulmanos e Judeus. Aliás, para evitar guerra, vamos descartar estes também,
fiquemos só com os cristãos.Mas não há o menor consenso entre católicos e
protestantes. Vamos eliminar os católicos, já que nos séculos passados andaram
exterminando os protestantes. Mas mesmo entre os protestantes não há o menor
consenso. As doutrinas da maioria das religiões são excludentes entre si. Cada
religião ensina que está certa, e as outras estão erradas. Mas, mesmo dentro de
uma mesma religião, os teólogos vivem se estapeando e puxando pelos cabelos. Só
depois de muita briga, chegam a um consenso, promulgam uma doutrina, e passam a
exigir dos leigos que acreditem no que decidiram em suas confusas reuniões.
Os teólogos
não concordam nem mesmo com o objeto principal de seu estudo, Deus. E por
discordar, passam a perseguir, desprezar e, quando possível, matar os que
discordam. Gostam muito de se apresentar como os representantes da divindade
entre os homens, e exigem dos que estão abaixo deles, chamados carinhosamente
de “leigos”, que estes não só os respeitem como também os sustentem. O leigo,
como não tem capacidade para descobrir por si o caminho para a vida eterna,
precisa então pagar pedágio ao teólogo. Se há uma coisa que os faz ficar
profundamente irritados é quando um leigo se mete a questionar a fonte de
financiamento dos teólogos, e sugere que os dízimos possam ser utilizados entre
os próprios leigos para pregar o evangelho. Prestem atenção. Não estou falando
de bons Pastores. Há teólogos que também são bons Pastores. Neste caso, eles
não devem ser colocados no saco e jogados no rio. São pesquisadores da verdade.
Mas nem sempre são famosos, pois têm por princípio não perseguir nem desprezar
a ninguém, e assim passam despercebidos. Sem eles, o mundo ficaria muito
violento, as pessoas ficariam sem esperança, e as ovelhas ficariam dispersas e
entregues aos lobos. Conversei com um teólogo, possuidor daquele monte de
títulos complicados obtidos nos Estados Unidos, sobre ética e honestidade em
sua profissão. Ele se manifestou preocupado com os rumos que a nossa igreja
está tomando, principalmente no trato com os que questionam doutrinas. Disse
que leu o que escrevi sobre o respeito em “não toqueis nos meus ungidos”, e que
concordava. O encastelamento do alto clero e a incapacidade de ouvir o clamor
dos leigos é que estavam causando tantos focos de insatisfação. Falei-lhe de
minha intenção em escrever propondo colocar os teólogos no saco e jogar dentro
do rio, ele riu, e perguntou se eu sabia qual a definição de teólogo. Reconheci
que não; ele então definiu: “Teólogo é um indivíduo que consegue complicar as
coisas mais simples”.Merecem menção honrosa deste artigo aqueles que chamam de
arrogantes e ignorantes os que “questionam as verdades que Deus graciosamente
nos revelou”. Concordo com eles, há muita arrogância e ignorância nos
questionadores. Mas, o que faremos com os que discordam do nosso modo de
interpretar as verdades que Deus graciosamente nos revelou? Claro, nós (com
nossa arrogância) estamos absolutamente certos e eles são umas bestas. Mas como
devemos tratá-los? Será que chamá-los de ignorantes, ameaçá-los com a morte
eterna, vai surtir efeito? Será que discriminá-los nas igrejas, cortá-los,
persegui-los, vai ajudar a convencê-los? Estes métodos já foram usados tantas
vezes no passado... O que aconteceu?
Como disse um teólogo, ele faz afirmações nas quais é difícil acreditar. Depois de um tour pelo Brasil (supostamente) combatendo as heresias mais absurdas, ele termina dizendo:
“Daqui a pouco aparecerão outros em outro lugar do Brasil com outro ponto de vista e lá vamos nós novamente”. O que será da próxima vez? Dom de Línguas? Questões sobre o dízimo? Dúvidas quanto à inspiração? Profecias apocalípticas? Não sei, mas sei que em breve eu, ou outro qualquer estaremos na mesma situação novamente.
Como disse um teólogo, ele faz afirmações nas quais é difícil acreditar. Depois de um tour pelo Brasil (supostamente) combatendo as heresias mais absurdas, ele termina dizendo:
“Daqui a pouco aparecerão outros em outro lugar do Brasil com outro ponto de vista e lá vamos nós novamente”. O que será da próxima vez? Dom de Línguas? Questões sobre o dízimo? Dúvidas quanto à inspiração? Profecias apocalípticas? Não sei, mas sei que em breve eu, ou outro qualquer estaremos na mesma situação novamente.
“Mas, tenho
uma dúvida sincera e gostaria de saber o que vocês acham. Devemos continuar
dando importância a esses 'focos'? Às vezes penso que sim, pois há pessoas
sinceras que pedem esclarecimento. Mas como na maioria absoluta das vezes os
principais defensores da nova ideia jamais mudam seu pensamento, a despeito
daquilo que lhes seja mostrado, pergunto se não é essa uma armadilha de Satanás
para nos fazer ficar ocupados com esse tipo de coisa e, com isso deixarmos de
pregar o evangelho. Algo a se pensar...”
Já se
comentou o suficiente sobre este excesso de trabalho imposto aos nobres
teólogos por este bando de membros leigos ignorantes que ficam inventando
bobagens. (Ainda bem que pararam de marcar datas para a volta de Cristo!)
Fico
penalizado com esses teólogos itinerantes. Como comprovação, até dou um
conselho: deem mais atenção aos “focos” que questionam o dízimo. Pois, se estas
ideias vingam vocês terão que viajar por conta própria e se hospedar em hotéis
de segunda nas próximas vezes que saírem a campo para defender a unidade de
suas igrejas. E seus filhos terão que passar em faculdades públicas, pois
diminuirá a verba para sustentá-los nas particulares. Terão que estudar junto
com os filhos dos leigos pobres, já pensou que humilhação?
Este assunto
continua em foco. Enquanto isso, alguém poderia encontrar um rio bem profundo e
verificar se não tem nenhum ambientalista por perto, vigiando?
Texto
original -- T. Fonseca; Adaptação e Edição - E.Mucheroni. 28/04/2003