Dizem por aí que uma pitada de
desconfiança faz bem. Não duvido disso, mas com certa medida de precaução,
senão pode gerar prejuízo esse excesso de pé-atrás com tudo.
Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5
Há casos em que a pessoa deseja
atenção e carinho, mas quando não recebe da forma que gostaria, ela acredita
que está sendo ignorado, não amado ou não considerado o suficiente. Esses e
alguns outros pensamentos geram desconfianças. Para o desconfiado ninguém nunca
está sendo sincero. Tome cuidado! É o que a maioria diz.
Mostra que não quer perder, que não
se importa que o outro perca o seu bem maior ou menor, ele quer estar na frente,
ser o melhor... (psicologia reversa?) o cara está todo ruim e ao invés de se
consertar empurra o erro com a barriga... Entretanto, a sua desconfiança
excessiva além de não fazer bem, afasta, separa as pessoas boas
deles. A pessoa
desconfiada é imatura e julgadora e em geral, está sempre frustrada,
decepcionada e até se sente “abandonada”. E daí se foi tratado falsamente por
quem esteve ou está ao seu redor?
Sendo assim, podemos confiar em
pessoas desconfiadas? A resposta é: não. Não podemos.
Ele não revela ter cuidado com os
outros, apenas desejo, vontade, querer só dele… E são visíveis os atributos
específicos que os acompanham: Como, por exemplo, a insensatez e a insegurança.
Uma vez declarada essa
característica, torna-se calada e reservada, já que o medo de confiar em alguém
a impede de se abrir, de se expor e as pessoas também acabam deixando de confiar
nela também... O que acaba gerando certo bloqueio na hora de interagir com
colegas de trabalho, família ou até encontrar a cara metade, ou um ombro amigo,
fiel e sem interesse...
Outro exemplo interessante do
desconfiado é o seu comportamento de “bonzão”. Sempre ouvimos alguém
dizer “tal pessoa se acha”. É verdade! Elas são pessoas que não cabem em si de
tanta arrogância...
Acham que todos são bobos a ponto
de não perceber que são tolas e que perderam a noção do ridículo e por orgulho vivem
se exibindo de forma enganosa. O pior é que vivem no prejuízo dessa postura que
é o abandono e solidão. Pois no fim da
farra volta sempre sozinho pra realidade – gastei o que não podia, falei o que não
devia...
E tudo isso se dá no terreno sócio
afetivo, ou seja, a pessoa tem problemas em manter vínculos emocionais próximos
por desconfiar demais dos outros e, não raro, age friamente em relação a
sentimentos, e ainda evita relacionamentos que eles consideram ruins, (como se
entendessem) mas devido à vaidade, buscam o tempo todo apresentar uma verdade,
onde todos ou ao menos a maioria sabe que é “fake” – que é outra característica
do desconfiado – vivem de falsa imagem.
Portanto, quem vive desconfiado está
cegamente desprendido da realidade; perdeu qualquer noção de humildade, e quem
é humilde e tem os pés no chão, sabe que ninguém é bom o suficiente para vencer
sozinho na vida deixando a fidelidade ao outro e o respeito próprio de lado
para se vender a vaidade ou sabe lá Deus o que mais...
Outro fato desprezível na vida de
quem é desconfiado é a ingratidão. Os caras sequer são capazes de agradecer com
sinceridade as pessoas nas coisas que recebem delas, seja bem material ou
afetivo. São malcriados, sem educação, indelicados e inconvenientes com as
palavras.
Não possuem nenhum grau de
interesse em mudar. Não passam seriedades. São incapazes de se colocar no lugar
do próximo e sentir o que elas sentem quando constrangida... Para eles, dá pra
contar nos dedos quem tem valor (pai, mãe, filhos...) o resto, tudo é imoral. E
não se importam se dirigem palavras duras e rudes as pessoas, e não demonstram
o menor respeito e consideração principalmente às milhares de pessoas simples e
educadas...
Tecnicamente a desconfiança pode
surgir por dois motivos: em primeiro lugar quando a pessoa tem um comportamento
que gera duvidas, ou seja, deu ou dá motivos por já ter sofrido por falta de
fidelidade, apego, respeito, ética etc...
Em segundo lugar, o motivo pode
ser de ordem particular que está na cabeça só do desconfiado - algo muito
pessoal. Também pode até ter uma razão externa tipo ter sido machucado, traído,
desprezado num dado momento da vida, dai age como se estivesse se vingando.
Entretanto, não tem a ver com a pessoa em si, mas pelo erro dos outros... Mas a
desconfiança em si não se justifica. Ele se cura quando passamos a confiar
mais.
É importante dizer que a desconfiança é bastante perigosa. Geralmente,
gera fofocas, brigas, raiva e muita mágoa - um sentimento que se instala
e fica corroendo a mente com maus pensamentos. Inclusive o alvo do desconfiado
é tentar mostrar-se confiável, fiel, mas nada que faça põe fim ao problema ou a
sua péssima imagem. Embora em algumas
vezes, a desconfiança se dá de maneira silenciosa – que se dane ou tô nem ai...
Ou seja, mesmo que não se importe, ela está lá, insistindo e sendo constante no
meio social, doméstico, comunitário.
Todo desconfiado não consegue às
vezes dominar o corpo, a mente (desejo) interesse (investida)... Porém, consegue
manter as variadas senhas da vida: celulares, pcs, bancos, redes sociais, etc.,
como objeto de bloquear as constantes “investigações” alheias, mas quer saber
da vida dos outros ainda que venha contestar essa ideia, afirmando ironicamente
que é só por curiosidade.
E ao contestar com ou sem brigas, de proposito ou não, faz vítimas, e
essas vitimas se sentem acuadas. Infelizmente, aos poucos, as entristece e, por
mais que ame a pessoa desconfiada, vai se afastando aos poucos dela. Porque
a desconfiança contamina com e deixa tenso, a ver problemas onde não existe; desconfiado
até de si mesmo.
Talvez, no início de algum
relacionamento, trabalho, até fez bem evitar discussões por tomar tanto
“cuidado”. Entretanto, é o orgulho que mais alimenta a desconfiança e acaba
roubando o “encanto”, e revela esse monstro que envenena a mente, tira à paz e
a felicidade dos variados relacionamentos interpessoais. Pois sabemos que todo relacionamento honesto
é sustentado com base na confiança mutua. Mas quando esse laço é quebrado ou
não existe, ele dificilmente se sustenta. Ainda que haja o desejo
de tentar, de continuar, enquanto haja dúvida, ainda assim não há espaço para
uma confiança plena se desconfiar todo o tempo.
Pessoas com baixa estima tendem a
ser mais desconfiados. E sob um ponto de vista psicológico, o desconfiado tem
um “q” de ciúme e de inveja. Algo que sempre abala a saúde mental e relacionamentos.
Porque ambos geram estresse e tensão, afetando o organismo, afinal, o
desconfiado neuroticamente vive em constante alerta e vigilância para não ser ‘enganado’
e passado para trás por ninguém. E ninguém aprende algo que não tenha sido
ensinado, portanto quem vive com pessoas que desconfiam de tudo, provavelmente
venha se tornar um. Possivelmente, fará
o mesmo que todos.
Não é errado afirmar que desconfiança
todos nós temos, é inerente à nossa natureza. Mas, exagero e se descontrole, é um
provável sintoma de paranoia, portanto, procure os familiares e amigos próximos
caso tenha reconhecido.
Conte as pequenas dificuldades
diárias ou faça confidências com alguém chegado. Pense Nele agora! Quem sabe
você não descobre Nessa pessoa a confiança e a lealdade. Diz que confia Nele.
Não é fácil, mas não vá com pressa. Use o bom senso. Comece devagar, de forma
gradativa. Mas faça e faça sem medo.
Aproveite e peça pra que Ele o
ajude a avaliar as vantagens de confiar em alguém. E perceba o quanto é
confortável viver assim: com um colo, um cafuné, uma palavra de consolo, um abraço
fraterno, um presente...
A partir dessa atitude em avaliar
procure fazer um julgamento positivo e não generalize, compare com o passado, apenas
buscando evidências reais para poder ou não acreditar no que está acontecendo com
você no presente. Dê um voto de confiança a si mesmo. Se alguém falhar... Bem: na
vida, correr riscos faz parte. Se não aceitar o risco continuará vivendo desconfiados...
Ainda que nem todos sejam honestos, leais, mesmo assim são dignos de perdão.
Se chegar à conclusão de que
sofre de desconfiança crônica, de difícil solução, procure ajuda. Em qualquer
tipo de relação, é comum que a carência leve à insegurança e desconfiança.
Por fim, a pessoa desconfiada se esquiva
todo tempo com desculpas para fugir da realidade. Indecisa, quer atenção de quem
não quer mais contato / conversa. O que confunde e leva ao desentendimento,
assusta com a situação causando desgaste, desestimulo ao outro em querer manter
essa relação duvidosa apenas por desculpas: é que... Com tantas oscilações,
cansa tanto um quanto ao outro ficando só relacionamento de aparência - coisa de
desconfiado! Mas um fake!
Pra finalizar, caso esse texto
não te sirva, o que eu duvido, aproveite e se olhe no espelho e pergunte: será
que eu sou muito desconfiado? Será que não serei eu que não estou com problemas
de relacionamento na vida pessoal e profissional, em casa, no emprego
exatamente por causa de meus voos desleais de arrogância, desrespeito, egoísmo e
evito sustentar um genuíno sentimento de gratidão às pessoas, que me apoiam desde
as mais simples?
Nesse caso é fundamental pensar nas suas reais
carências. Como você se sentiria se fosse com a sua mãe, seus filhos ao
receberem o mesmo tratamento e investidas que você dá aos outros. Atente a isso!
Atente ao que os outros pensam de você. Procure saber sobre sua reputação no
meio que vive pra não estar pagando mico de ficar se achando. Foque a si mesmo,
se valorize. Se aceite, reconheça as próprias qualidades... E não fique preso àquela
situação difícil do passado.
Agora, se por acaso se sente
incapaz de superar suas desconfianças, é inevitável um acompanhamento
psicológico. Pesquisa mostra que certas doenças é três
vezes mais prevalentes em pessoas de alto grau desconfiança, pois pessoas
desconfiadas têm risco maior de apresentar demência, diz estudo. Pessoas que pensam ser melhores que as demais agem
somente por interesses egoístas e por isso são mais propensas a desenvolver psicoses
– tipo, sexual, pedofilia, vigorexia, etc. (Essa conclusão foi publicada em um
estudo da revista Neurology).
Muitas vezes diante de situações de estresse acabamos tendo uma reação
mais aguda de dureza ou explosão pelas situações mais corriqueiras. Cabe–nos controlar
a nossa impulsividade. Ela não pode ser guiada pelo momento, senão ficamos
cegos pelo desejo, pela raiva, pela vontade de estar por cima. Agindo e falando
sem pensar deixaremos uma marca negativa por onde passamos. E isso não é bom!
Pois pessoas que confiam se tornam verdadeiras e são artigos raros na vida, ao
contrário de um desconfiado que se acha e tá sempre... Piiiiiiiiiiii.